Há um espaço aberto para a virtude
Não há fios que prendam o desencanto
Os pesares dividem marés bravias
Olhos que geram o sal do pranto
Este tempo que corre
Em suas rodas invisíveis ao sentir
Chega ao fundo de mim
Esta ânsia de aprisionar o partir
Este Vento furioso
Esta tempestade de anseios
Esta bruma tecida no fim da ilha
Este vale de mil degredos
Uma paixão desapaixonada
Uma razão desencontrada
Uma palavra vazia de sentido
Uma inquietação gerada do nada
A calmaria é o fim da tempestade
Ou será o princípio da tormenta?!
As velas recolhem o vento
Minha alma acolhe o que o coração inventa
As cores do arco-íris
Uma manhã pintada de azul-turquesa
Um pássaro de penas refulgentes
Uma flor expõe a sua beleza
Solta um aroma selvagem
Uma pétala voa na brisa
Pés que tocam a terra nua
Fruto que alimenta a incerteza
Relógio imparável marca adiante
Rege o dia, a noite, o princípio do fim
Sinos que tangem ave-marias
Pobre vontade que diz que sim
Que diz que não!
Que fecha os braços ao abraço
Que esconde olhar ao sentimento
Que foge ao rumo do fracasso
Venci esta demanda
Mil derrotas, coração limpo
Nesta peça não morri no fim…
…Vacilei apenas na Ironia do Tempo…
PUBLICADA POR O PROFETA
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